quarta-feira, 30 de novembro de 2016

chorume

ela me ignora
me manda embora
sigo sem demora
finge que não me adora

chuto o balde
estrago tudo
vizinhança faz alarde
e eu não me mudo

mudar seu ser
para quem se preocupa em ter
deixar de se aborrecer
e reformado viver

alto lá nego doido
alto lá nego varrido
meu sangue na escada escorrido
se o vampiro visse, teria lambido

mas o morcego descansa
dorme de pança para cima
acaba com minha rima
vê o sangue e se alucina

por ela
doce vadia
vou chorar na pia
na maior agonia

sem ti
cresci e achei
por quem um dia chorei
chorume desabafei