sábado, 28 de março de 2020

Vampiro doidão

A tentação
Vem do chão
O sangue derramado
Foi por ele sugado

Vem, vamos vampiro
Tu tá mais louco que o Biro-Biro
Do chão não né amado
O bagulho já tinha até coagulado

Vá se banhar
Respirar
Ter alguém pra amar
Vai te acalmar

De escuridão
E devassidão
Vive o vampiro doidão
Que bebe sangue do chão

Mesada

Deslumbrante
É o caminho errante
Que de antemão
Seguia o caminhão

Na placa dele escrito estava:
"Sonho em não fazer nada,
E ganhar, assim, qualquer parada."
E a placa vagava

Tentação
Jogo do milhão
Mega-Sena acumulada
Ganhar dinheiro sem fazer nada

Quando é que isso acaba?
Trabalhar noite e dia sem dar risada
Toda a molecada
Quer receber sua infinita mesada

sexta-feira, 27 de março de 2020

Brincadeira

Insisto em dizer
Que irá esmaecer
Em algum amanhecer
Já sabe o que tem que fazer

Juventude errante
E doravante
Se a Bíblia na estante
Se abrir no livro errante

Saiba que é o fim
E o Serafin
Lhe dirá para onde seguir
Espere pelo que está por vir

Sôfrego, sem ar
É o que dá acreditar
Que se amar
É algo com que se possa brincar





quinta-feira, 26 de março de 2020

Tema

Na esquina daquela rua
Havia uma prostituta nua
Que incitava os passantes
A serem seus amantes

Essa esquina carrega o ranço
Do diabo manso
Que quer seu amor eterno
Viver contigo no inferno

Jovens
Não me esnobem
Evite circular por tal região
Saiba onde está o seu coração

Viva sua vida reta e plena
Veja na manhã mais amena
Que se sua alma não for pequena
Conseguirá, do universo, mudar o tema

Bairral

Doutores altivos
Com o comercial comprometidos
Logística infame
Chá de camomila com aspartame

Mulheres feias andando
Filme de zumbi passando
Cantina cara por bosta
Vendendo o que ninguém gosta

Instituição falida
Com o passado comprometida
Muito tempo passará
E lugar assim não mais existirá

Aqui nada aprendi
Apenas desenvolvi
A poesia amada que faço
Sem nenhum embaraço

Luiz Clayton

Ele não para de rodar
Com a cabeça no ar
Do biperideno ele gostou
Com o haldol ele parou

Beijoqueiro ele é
Mas diz que não gosta de mulher
Só tem olhos para a Gabriela
Meu Deus, quem será ela?

Conversa linear é difícil
Não é para ele aprazível
Nós últimos dias está estranho
Mas não esquece de seu diário banho

Não consegue guardar um maço
Se pergunta: como é que eu faço?
Seu peido vale um megaton
Seu nome é Luiz Clayton!

segunda-feira, 23 de março de 2020

Onde estamos?

Achamos que no céu estamos
A Deus glorificamos
Mas nos enganamos
No inferno moramos

Agrotóxico com morango
Crianças de fome gritando
A saúde acabando
Dos seres humanos em bando

Nem os ricos
Estão imune ao vírus
E como é que eu me viro
Se ela solta um espirro

O céu é a ilusão
Do cidadão em questão
No inferno sofre tanto
Que mais nada é espanto

domingo, 22 de março de 2020

Vírus

O isolamento
Lamento
Quase não aguento
Tamanho tormento

O vírus
Fez jus
Do caminho trilhado
Pelo ser humano embotado

Que paga suas contas
Vive de responsas
Mas não vê que é tonta
Sua tecnologia de ponta

Agora é esperar
Não se infectar
No futuro acreditar
Que ainda existe alguém para amar

quinta-feira, 19 de março de 2020

Fim de tarde

Essa saudade
Parece maldade
Meu cumpádi
Está longe minha outra metade

Sem ela fico meio que incompleto
Meio doente, meio quieto
Esperando o momento de encontrá-la
Para poder dar boas risadas

E também para amá-la
Meu coração fala
Que é ela
A minha Cinderela

Menina, saiba que estou aqui
Para fazer o seu existir
Mais belo, mais pleno
E deixar seu fim de tarde mais ameno