domingo, 17 de julho de 2016

exercício II

o pai só castra ou corta
a mãe tenta, mas não conforta
o padre julga e culpa
o analista finge que te escuta

sou culpado de estar
nesse mundo sem realizar
os sonhos dos outros
prefiro dançar com os monstros

são crias da minha mente em ação
os monstros são belos então
motivos para eu manter
esperança de nesse mundo viver

falam para eu trabalhar
sem pensar e rico ficar
e no natal presentear
quem de mim pensa até em matar

a família sufoca, afoga
os sonhos do sonhador
que carrega consigo a dor
sem poder seu plano propor

desse mundo rio, tenho escárnio
o sistema eu abomino
com o status quo eu termino
prefiro no inferno estar rindo

do valor da família eu duvido
da ciência fico compelido
a dizer que tudo que está escrito
provém do engano trazido

acadêmia, igreja ou partido
sustentam a ignorância em que creem
ignorantes eles se mantem
do novo tendo profundo desdem

para o adulto perdida está a juventude
que vive a real completude
de trazer pra cá novos ares
em busca de outros patamares

a prisão do remédio ou divã
ou da cura cristã,
umbandista e universalista
não dá pra ser otimista

são só construções de homens
que na ignorância estavam
incompletos e tristes se achavam
sem saber porque aqui estavam

exercício de crítica faço
sem vergonha e com desenlaço
forte fica minha sombra
no escuro seguro minha onda

não creio no que acima está escrito
só ponho pra fora assim
para que algum querubim
sustente minha rima enfim

http://www.humaniversidade.com.br/boletins/encontro_com_sombra.htm

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