a humanidade terrestre
devia ser mais campestre
na cidade nada acontece
sem dinheiro em espécie
materialismo gritante
placas dizendo adiante
nesse consumismo constante
desejar nunca é o bastante
compra-se para esquecer
qual a razão de viver
despertos no anoitecer
dormindo no amanhecer
a noite é uma criança
vou gastar minha poupança
e até a minha herança
numa boa festança
sem pensar no amanhã
sem pensar no depois
quero viver esse agora
e o dinheiro rasgar, jogar fora
sou rico, bonito e importante
da sociedade sou comandante
sou eu que dito a moda
que na vitrine o pobre incomoda
não sigo, me seguem
e sempre se esquecem
que no trabalho que realizam
a mim se escravizam
sou o milionário
aquele empresário
capitalista selvagem
que constrói a miragem
a miragem que engana
o sistema encanta
compre sua roupa na loja
coma bastante soja
soja transgênica
feita em laboratório
por cientista notório
te levará pro velório
saída não há
estou no controle
sou rico, sou foda
eu dito a moda
discurso alegórico
por mais que histórico
desenvolvo a escrita
da poesia bem dita
são rimas ao léu
me perdoe o céu
exercício da sombra
para da vida dar conta
são dizeres que escondo
falo assim propondo
poesia pra exercitar
deixar minha sombra falar
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